Conheça Eriko Tamura e suas opiniões dessa cantora e atriz

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Entrevista: Eriko Tamura, a Mai de Dragonball Evolution

A japonesa conta como é a vida de uma atriz estrangeira em Hollywood


A japonesa Eriko Tamura é mais conhecida aqui no Brasil pelo seu papel como a namoradinha do Hiro Nakamura (Masi Oka) na série Heroes. Mas agora, comDragonball Evolution, ela ganha uma grande vitrine para mostrar por que conseguiu se destacar no seu país natal a ponto de ser convidada por Hollywood para ficar por lá. Apesar do bom domínio do inglês, ela ainda prefere não arriscar muito na hora de dar entrevistas e não enrola muito nas respostas, como você pode ver a seguir nesse papo que vai da necessidade que ela sentiu em aprender artes marciais, a dica para quem quer ser ator em Hollywood e até Heroes.

Oi, Eriko.

Erico Tamura: Olá, Marcelo.

Ohayo gozaimasu [bom dia]

Konnichi wa! [boa tarde] Você fala japonês?

Não. Na verdade, só sei falar algumas palavras. É que aqui no Brasil a comunidade japonesa é muito grande. Eu mesmo sou descendente de japoneses. Meu avô era de Okinawa.

Honto ni [Verdade!?] Eu ainda não tive a chance de ir ao Brasil, mas espero um dia conseguir.

Ah, legal. Espero também que dê certo. Bom, vamos falar um pouco de Dragonball Evolution. Como você entrou nesse projeto?

Eu participei dos testes de elenco. Foram uns três ou quatro chamados para voltar e fazer mais um teste, até que me ofereceram o papel.

E desde o começo você estava fazendo o teste para o papel da Mai ou você nem sabia para qual papel era no início?

Primeiro eu fiz o teste para o papel da Bulma. Daí fiz uma outra leitura para os produtores e fiquei quase três meses sem ouvir uma palavra deles e comecei a achar que não tinha sido escolhida. Conversei com o meu agente e quando estávamos quase desistindo o pessoal da Fox me chamou para ir até lá mais uma vez e tudo deu certo.

Esse processo de audições funciona do mesmo jeito no Japão e nos Estados Unidos?

Não. Não. É completamente diferente, Marcelo. No Japão a gente não participa de audições. Eu não sabia como era um teste de elenco até vir morar em Los Angeles. Não tinha experiência alguma.

E o processo de filmagem, também é diferente?

Sim, também é completamente diferente. Se fosse para dizer só uma diferença, a que me marcou mais é que nos Estados Unidos o ator vai dirigindo sozinho para o set de filmagens, enquanto que no Japão isso não acontece. Você sempre vai para o set com várias outras pessoas.

Mas agora você já está adaptada a isso, não?

Sim. Eu acho que ir dirigindo para o set deixa o processo mais casual. Todo mundo conversa com você numa boa. Eu gosto muito daqui.

Nós temos aqui no Brasil muita gente que adoraria fazer um trajeto como esse que você está fazendo e ir trabalhar aí em Hollywood. Que tipo de conselho você pode dar para essas pessoas?

Eu sempre acreditei que se você quer fazer uma coisa, se você tem esse sonho, você consegue concretizá-lo. Você só precisa ser persistente, não desistir e continuar fazendo o que você quer fazer. E as portas vão se abrir para você. Foi o que aconteceu comigo.

E como é ser uma estrangeira morando e trabalhando aí?

Eu tenho contato com outros atores, mas eu tenho sotaque diferente, sou diferente. Acho até que atuo de uma forma diferente. O bom é que eu acho que as portas hoje estão mais abertas. Provavelmente, dez anos atrás as coisas não eram como estão agora. Acho que hoje em dia é mais normal ver atores estrangeiros, com seus sotaques locais e que têm um visual diferente. Como nós.

Você tinha experiência com artes marciais antes?

Sim e não. Eu nem conhecia isso que eles chamavam de artes marciais antes de chegar aqui nos Estados Unidos. No Japão não é tão comum quanto em Hong Kong ou China. Mas eu tive de aprender um pouco quando cheguei aqui porque eles esperam que você saiba algo, por ser asiático. [risos] Mas é divertido, porque eu gosto de esportes. Gosto mesmo de fazer exercício.

Você estava falando que teve de aprender artes marciais. Então existe ainda essa série de clichês que se cobra dos atores por aí…

Na verdade, cada vez menos. O fato de eu conseguir o papel emDragonball Evolution, por exemplo, não teve nada a ver com eu saber ou não lutar alguma coisa. Para falar a verdade, eles nem sabiam que eu lutava. Só fui contar para eles depois que já tinha sido contratada e estava no México. Um dia, quando encontrei o diretor James Wong falei para ele: “viu, só para você saber, se precisar eu sei lutar, tá?” E ele falou “Ah é? Legal!”

A verdade é que você não precisa vir sabendo tudo, principalmente artes marciais, porque eles têm dublês e equipes que vão te ensinar tudo o que você precisar.

Eu lutava kendô aqui no Brasil.

Sério? Essa é uma arte marcial japonesa.

A mais linda, na minha opinião.

Muito obrigada. Eu fiz um pouco também quando interpretei uma expert em kendô.

O filme estreou em primeiro lugar na China, Malásia, Hong Kong, Tailândia, Cingapura, mas não conseguiu o topo das bilheterias do Japão. Por que você acha que os fãs japoneses preferiram ir assistir à adaptação de outro animê,Yatterman, dirigida pelo Takashi Miike?

[risos nervosos] Uau! Você sabe mesmo o que está acontecendo por lá, hein?

Eu fiz a minha lição de casa.

[risos] Bom, eu não sei responder a essa pergunta. Eu nem sabia disso até você me contar.

[risos] Tá bom. Essa foi uma boa resposta.

O que eu sei é que quando nós estávamos em Tóquio, duas semanas atrás promovendo esse filme, todo mundo adorou o filme. Eu acho que os japoneses vêem esse filme como uma coisa completamente separada doDragon Ball que eles conheciam.

Você acha que seria diferente se fosse um filme com um diretor japonês, atores japoneses e filmado no Japão?

Sim, seria diferente. Mas acho que essa é uma versão estadunidense doDragon Ball e por isso têm as características desse país.

Tenho que perguntar agora sobre Heroes. Sua personagem, Yaeko, vai voltar a aparecer na série?

No momento, eu diria que não, mas eu adoraria voltar.

Masi Oka tem ascendência japonesa. Quando vocês estavam gravando juntos, vocês conversavam mais em japonês ou inglês?

Era um pouco de cada. O roteiro vinha em inglês com as nossas falas em japonês. Os nossos diálogos fora da cena acompanhavam essa mistura.

Em um comentario não presente nesta conversa ela disse que fazer o papel de Mai era seu destino.

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