Polêmica: Ronnie Radke quebra o silêncio. (Parte I)

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O ex-vocalista do Escape The Fate, Ronnie Radke, foi liberado da prisão depois de passar quase dois anos e meio lá. Em Janeiro de 2008, Radke que tinha 27 anos foi condenado por participar de uma briga [Battery] que resultou na morte de Michael Cook. Radke conseguiu evitar a cadeia originalmente, mas acabou sendo enviado pra lá em Agosto de 2008 depois de violar sua condicional.
Enquanto esteve preso, ele começou uma nova banda, From Behind These Walls, agora conhecida pelo nome Falling In Reverse. A banda está pronta para sair para Orlando, Flórida, na próxima semana para gravar o seu debutante com o produtor Michael Elvis Baskette.
No começo da semana Radke falou com a Alternative Press sobre o novo álbum do Falling In Reverse, sobre sua experiência na cadeia, sobriedade, e como ele mudou e se sente sobre o seu substituto no Escape The Fate, Craig Mabbitt. Leia a entrevista toda logo abaixo:  
Como foi o seu primeiro final de semana livre?
Cheio de ansiedade. Eu não podia ficar perto de um grande número de pessoas, ficava nervoso e começava a tremer. Hoje foi bem mais fácil. Fui ao shopping pela primeira vez, e tinha um pessoal que queria me filmar para por no youtube. Eu agachei e cobri meu rosto. Estou voltando pra realidade, sabe?
Parece ser bem intenso.
É sim. Eu sou a mesma pessoa, embora muita coisa tenha mudado. Estou sóbrio agora e vou ficar assim. Tudo que eu quero fazer é trabalhar – trabalhar no meu disco e na minha carreira. Esse é meu foco principal.
Até agora, qual a maior mudança pra você em relação a ter saído da cadeia?
A maior mudança e tentar se adaptar ao que está acontecendo ao meu arredor. É mais difícil pra mim, porque eu estou mais famoso hoje do que quando fui pra cadeia. Tipo, bem mais famoso. Eu não tinha percebido quão famoso eu estava. Recebi cartas de fãs, mas não tinha imaginado que a coisa tinha escalado a esse ponto. Eu saio, e todo lugar onde eu vou, parece que tem alguém que sabe do que aconteceu ou é um grande fã. Eu não sei, eu chamava mais atenção do que qualquer outro prisioneiro normal, não é? É difícil se acostumar com isso, mas estou tentando, mesmo assim. Estou até saindo bem.
O que você está fazendo para deixar tudo isso mais fácil pra você?
Tento me manter ocupado. Eu me forço a fazer coisas que eu não quero fazer. Tipo, “vamos no Walmart” ou “Tudo bem cara, eu não quero fazer isso, mas a gente tem que fazer.” Se eu não fizer isso agora, vai ficar pior depois. Então eu vou andar até o Walmart, certo? As coisas pequenas como segurar o dinheiro, são tão estranhas pra mim. É uma loucura segurar dinheiro, ou beber água de uma garrafa. Eu abro a torneira, e acabo saindo sem fechar, porque na prisão elas desligam sozinha. É uma loucura. Comer comida? Meu Deus. É como ter um orgasmo na minha boca, comer comida que não é a comida da prisão.
Descreva para as pessoas como é estar na prisão. Você tinha um telefone?
Não, de forma alguma. É tudo isolado. É provavelmente a pior coisa que poderia acontecer com alguém, a menos que essa pessoa seja um morador de um país de terceiro mundo. A liberdade é tomada de você, muitas pessoas não se preocupam com isso. Até que isso acontece com você, e isso muda sua vida pra sempre. Eu nunca vou ser o mesmo. Eu tenho mais respeito por mim mesmo e pelas pessoas que estão do meu lado. Não sou desrespeitoso, tento ser educado. Mais educado do que eu era antes. Dentro da prisão, tem muitas coisas que você tem que seguir, ou então você pode acabar literalmente morrendo por alguma estupidez – trombando com alguém e não pedindo desculpa.
Nossa. É assustador. As pessoas não percebem quanto você não pode errar lá. É muita pressão.
Eu me sai bem por um bom tempo. Conforme você enfrenta essa experiência toda da prisão, ela vai ficando mais fácil… eu não sei, é difícil explicar. É tão violento né? Cheio de ódio. Tem tanto ódio na prisão. Tem os Nazistas skinheads, Panteras Negras, os bloods, crips… e onde eu me encaixo nisso tudo? Eu nunca entrei pra nenhuma dessas gangues ou coisa do tipo porque eu não acredito nesse tipo de coisa, mas parece que não existe amor. É literalmente ódio, o tempo todo.
O que você fez para se proteger?
Fiz bastante flexões. Estou com músculos agora – um pouco mais de músculo. Eu tive que me proteger algumas vezes. Uma das coisas que as pessoas pensam errado sobre a prisão é que as pessoas são estupradas. As pessoas não são mais estupradas na prisão. E se elas são, não acontece com muita freqüência. E isso foi bom. Esse lance todo ficou nos filmes. Isso é uma das coisas que as pessoas não sabem.
Você pode receber visitas?
Sim. Eu tive que escolher minhas visitas. A única pessoa que eu escolhi pra me visitar foi o meu amigo Nason [Schoeffler, baixista do Falling In Reverse]. Muitas pessoas queriam ir me visitar, mas eu não queria receber eles. Queria começar de novo. Queria ter uma nova vida. Não queria lidar mais com o drama todo, mas queria deixar ele.
Isso faz sentido. Teve muitas pessoas que estavam do seu lado nos últimos anos que não se preocupavam com você ao certo e que eram más influências. Para ficar limpo e se manter limpo, você tem que se desconectar dessa pessoas.
É quase impossível fazer isso quando os caras da sua antiga banda usavam drogas junto com você. Quando a bola cai, tudo começa a ruir, e tudo acaba com só uma pessoa pra culpar depois disso. É ai que você começa a ver quem são seus verdadeiros amigos, se é que você me entende. É como se de repente, é tudo minha culpa. O Max Green [baixista do Escape The Fate] me ajudava a conseguir as drogas. Ele me ajudava a roubar dinheiro. Ele costumava me dirigir porque eu nunca tive uma carteira de habilitação, então ele era sempre quem estava dirigindo a van. Nos parávamos em alguns lugares para vender nossa merch e comprar drogas. E era ele dirigindo. [Um representante do Green foi questionado sobre isso mas não quis comentar, Max Green segue internado num Centro de Reabilitação].
Eu lembro de uma vez que o Brett Gurewitz da Epitaph Records  chegou em mim – eu tinha acabado de sair da cadeia por umas multas de transito e ele disse algo do tipo, “você precisa se internar num CR”. Ele virou pro Max e falou, “Max eu to confiando em você, que você vai pegar ele e levar ele direto pro Centro de Reabilitação”. E o Green tava tipo, “Tá, cara. Entendi.” Ninguém sabia que o Max era um viciado. Ele mantinha isso bem secreto. Logo quando eu sai, o Max disse, “Vamos pra um CR. Mas antes você quer parar na casa de um traficante?” e eu virei e disse, “Vamo lá.” Sete dias depois, eu finalmente fui internado no Centro de Reabilitação.
Quando foi isso?
Essa foi a única vez que eu fui internado, foi antes do lançamento do Dying Is Your Latest Fasinion [2006]. Eu sempre pensei que o Max fosse um bom amigo, mas eu nunca soube o que ser um bom amigo significava. Eu não acho que um amigo faria isso com você, e depois iria apunhalar você pelas costas. Fora que eu conheço os caras do Escape The Fate há tanto tempo já, e eles falaram tanta merda durante esse tempo que eu fiquei preso, tanta coisa que eu nem fiz. E eu realmente não fiz. Todo mundo sabe. Você pode ler lá nos documentos – a parte judicial, sobre o que aconteceu – não fui eu que fiz aquilo. Eu fui o único que foi parar na cadeia. Mas não atirei em ninguém. Não dei um soco em ninguém. Mas acabei sendo o bode expiatório.
Você tem falado com o Green recentemente? Quando foi a última vez que falou com eles?
Ele nunca escreveu nenhuma carta pra mim, não tenho falado com ele. Tudo que o Escape The Fate faz é falar merda sobre mim.
Então você não tem falado com ninguém da banda?
Não, nem escreveram cartas. Nem uma se quer.
Você sente falta deles?
Não. Bem, no começo, logo quando eu fui preso, era tudo tão novo, eu sentia falta deles. Depois começaram os papos “Oh, ele foi pego com heroína.” Começaram a inventar uma série de mentiras.”Ele está viciando em heroína, na prisão. Foi pego com heroína. Ele que se foda. Vá chupar ele. ” Falaram isso pra um moleque de 13 anos direto do palco, sabe. “Foda-se o antigo vocalista. Ele foi pego com heroína. Vai continuar preso lá por muito tempo. A próxima música se chama ‘Situations’, e lá ia ele cantar a minha música. Tipo, não sei direito. Não quero falar com o Green. Não somos amigos. Nunca vamos ser amigos depois de tudo isso. Como você poderia ser amigo de alguém que fez isso com você? Além do mais alguém que te conhecia por tanto tempo, também. É tipo, sem coração, sabe?


                                                  [ No vídeo: Craig Mabbitt alfineta Radke]


O que vocês, nossos queridos leitores do Novidades na Net, acharam disso? Ronnie Radke tem razão no que diz? Será que Max Green realmente estava errado? Acham que o Craig Mabbitt deveria dar sua opinião sobre a briga de ambos rapazes? Diga sua opinião em nossos comentários!
[ Logo a segunda parte da entrevista será postada, aguardem!]

1 comentários:

  1. Anônimo disse...:

    Em minha humilde opinião, Ronnie está certo.
    Em primeiro lugar, acredito que amigo que é amigo de verdade, independente da merda que vc tenha feito, ele permanecerá ao teu lado, até o fim.

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